sábado, 14 de fevereiro de 2009




A Noiva Cadáver é um filme de inúmeras qualidades: belíssimo, sensível, de humor sutil, com um visual irretocável que, pra mim, é uma expressão perfeita da atmosfera do século XIX. Mas o que me tocou especialmente e me fez escolher essa fantasia foi a sua cena final, inesquecível: o momento em que a protagonista finalmente consegue libertar sua alma, que se desfaz em milhares de borboletas. A imagem por si só é deslumbrante, mas pensar no que a motivou é que me deixa sem ar: em grego, o primeiro sentido da palavra psyké era "borboleta"; de uma associação já muito poética, derivou-se o sentido de "alma", "espírito". Simplesmente não consigo deixar de me impressionar sempre com a extrema sensibilidade de Tim Burton ao resgatar uma metáfora tão antiga e tão tão bonita.

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